terça-feira, 24 de maio de 2011

Fim-de-semana no campo

No último fim-de-semana fomos visitar a avó do Clément, que mora na campagne, como se diz aqui na França, ou, como diríamos no Brasil, no interiorrrrr. Mas interior no sentido zona rural mesmo – então foi um fim-de-semana bem atípico para quem mora em cidade grande barulhenta, tem vizinhos a menos de 10 metros em todas as direções e só vê frango e boi na bandejinha do supermercado.




A avó do Clément mora em uma pequena fazenda, em uma cidadezinha chamada Messais que fica a quase 4 horas de Paris, mais ou menos perto de Poitiers. Tivemos que ir de carro, porque a cidadezinha é realmente pequena, e não tem trem que chega por lá. Aproveitamos para descansar bastante, andar de bicicleta nas estradinhas cortando as plantações, ver os bichos e fazer coisas diferentes.

Na fazenda tem carneiros...



... coelhos ...
 

... um ganso nervosinho e algumas galinhas...


... e nas vizinhanças, um burrinho simpático.
 

No jardim pudemos comer framboesa do pé (deliciosas)...
 

... e cerejas também !
 

E até na nossa ida ao supermercado foi um pouco original, afinal, não é nas prateleiras do Carrefour de Paris que a gente vê uma grande variedade de sementes...


... e até rolhas (!) para quem produz vinho caseiro.


Agora, é atacar novamente a vida parisiense – nos próximos dias, com direito a Roland Garros para sair um pouco da rotina.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Brasil, feira de ciências, capoeira e queijadinha

No ano passado, já falei por aqui do Dia Mundial da Diversidade Cultural e da pequena exposição com stands de diferentes países que a empresa promove no nosso prédio, com a ajuda dos estrangeiros que lá trabalham. Participei no ano passado com mais dois colegas, montamos um pequeno stand. Neste ano, resolvi participar novamente, e desta vez deixei aflorar um lado meu que estava meio adormecido desde a época das feiras de ciências da escola : ficar horas planejando ideias mirabolantes para chamar a atenção na exposição, e depois passar mais horas e horas botando estas ideias em prática.

(Parênteses sobre as ideias mirabolantes para Feira de Ciências)
Já começou na 1a série, que o meu tema era higiene bucal, e então eu peguei dentaduras (!) emprestadas com a minha dentista e fiquei o dia inteiro ensinando a galera a escovar os dentes. Nesta época, acho que eu queria ser dentista.

Na 2a série, o tema era metamorfose do sapo. E o que a gente fez ? Foi catar girino (!!) no "lago" do Aquário, que na época ainda era um pântano e não o laguinho bonitinho que é hoje. Catar girino, separar por fase (tipo, contar as patinhas… ai!) e colocar nos vidros para expor… Acho que até sapinho uma amiga conseguiu pegar. Cruzes (não faria isso hoje de jeito nenhum…)

Na 4a série, eu queria ser astronauta e amava planetas, estrelas, foguetes, etc. Aí o tema escolhido foi Sistema Solar, fizemos uma maquete linda, horas pintando bolinhas de isopor dos mais diferentes tamanhos e pensando na montagem com fio de nylon para ficar mais “realista”. Mas a gente não ganhou, porque a Tati escolheu Reprodução e até levou feto… hors concours, né ;-)

Na 5a série, o tema era Ecologia, a gente fez uma maquete bem legal de um ecossistema, com um tupperware da minha mãe fazendo o papel de lago no meio do isopor (mas atenção, era bem feito, isopor grosso, o tupperware estava camuflado). A gente colocou água e peixes. E também criou um super questionário para ser respondido no Pense Bem (quem lembra disso???), com um prêmio que eu não lembro o que era.

Na 8a série (ou teria sido no 1º colegial?), nosso tema era a História das Olimpíadas, e nós fizemos uma super apresentação no computador... Ultra moderno naquela época isso de utilizar um programa super avançado e que ninguém conhecia, que deveria ser tipo o … Power Point ;-) E aí no dia toca montar o stand com aquele pczão gigante em cima, queimou a fonte por causa da voltagem (Vinhedo e suas tomadas 220V). O mais legal desta feira foi passar horas no laboratório de informática preparando tudo, com a ajuda dos monitores que eram os mais fofos ever (na nossa opinião de adolescente de 14/15 anos).

Enfim, agora que já divaguei bastante, vamos voltar ao stand brasileiro na empresa...
(Fecha parênteses)

A ideia principal do stand continuava sendo mostrar “coisas” do Brasil. Então rolou bandeira do Brasil, do Flamengo, camisa do SP, livros do Luís Fernando Veríssimo, dicionário de Tupi, sapinho de madeira e 
zarabatana que a gente comprou na Amazônia, e por aí vai. 



E as ideias para chamar a atenção foram:

- colocar DVD’s de show e de futebol para passar. Levei minha caixinha de som, ligamos no computador com o DVD da Ivete... e meu Deus, que sucesso, vários franceses parados na frente do laptop, alguns até anotaram o nome para procurar o cd. E ao lado, um outro laptop com videos de futebol, que também chamavam a atenção (principalmente dos rapazes).

- divulgar lojinha e restaurantes brasileiros aqui em Paris, e em troca negociar alguma coisa para distribuir ou sortear. Com a loja Coisas do Brasil, conseguimos suco de goiaba e de maracujá para o pessoal degustar – fez o maior sucesso. O restaurante Corcovado ofereceu um jantar para 2 pessoas, uma garrafa de Sagatiba e uma de vinho. Colocamos tudo isto para sortear, e mais uma caixa de bombons Garoto e um kit óleo+sabonete da Natura. Foi o maior sucesso, mais de 200 pessoas se inscreveram no sorteio. (sabendo que a exposição dura 2 horas, é um belo número).

- para a parte de comida da degustação, decidimos colocar salgadinhos (que compramos de uma brasileira que faz para vender aqui em Paris). Bolinhos de bacalhau e rissoles, estavam ótimos e também fizeram sucesso! Para completar com algo doce, como no ano passado eu já tinha feito brigadeiro, neste resolvi inovar e mandei uma queijadinha da vó Zilda. Fez um sucesso estrondoso, os 60 pedaços evaporaram em pouco mais de meia hora. O mais legal mesmo era a cara da francesada quando eu explicava que era uma receita a base de leite de coco e... queijo parmesão. (Vários me pediram a receita)



- e para finalizar, tivemos a ideia de trazer um grupo de capoeira para fazer uma demonstração, e a sorte é que uma das colegas brasileiras conhece bem um grupo, porque o filho dela faz e tudo mais. Vieram umas 6 pessoas fazer a apresentação, foi muito legal e muita gente assistiu.

Resultado de tudo isso: estou quebrada (porque faz uns 3 dias em que, além de trabalhar, estou para cima e para baixo indo buscar os prêmios, buscar os sucos, fazer cartazes, fazer cupons de sorteio, fazer sucos, fazer queijadinha, carregar todas as tralhas para o trabalho, montar o stand, ficar 2 horas de pé explicando em francês queijadinha- ivete-goiaba-natura-flamengo-feijoada-picanha-caipirinha). Mas estou contente, porque conversei com muita gente simpática, aberta, curiosa, gente que ficou muito contente de descobrir um pouquinho do Brasil.

Ano que vem, objetivo: batucada. :-)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cotidiano
























Post copiado (com atraso) da Dé e da Amanda, que por sua vez copiou da Helô... (e que acho que a essas alturas, muito mais gente ja copiou!)

domingo, 1 de maio de 2011

Um passeio primaveril : Giverny

Claude Monet sempre foi um dos pintores de quem eu mais gostei. Desde as épocas longínquas das aulas de Artes na escola, e mais tarde quando pude ver de perto tantos quadros famosos em museus aqui na Europa. (Meu outro pintor favorito é Van Gogh). Quando eu soube que os jardins que inspiraram tantos quadros de Monet eram abertos a visitação e ficam não muito longe de Paris, em uma cidadezinha chamada Giverny, logo disse “preciso visitá-lo”. Disse mas não o fiz, o tempo foi passando, com a correria do dia-a-dia, e eu nunca tinha parado para realmente programar uma visita aos famosos jardins.

Até ontem, quando entrei no blog Conexão Paris (quem ainda não conhece, não sabe o que está perdendo – clique aqui) e vi fotos lindas que foram enviadas por um leitor. Aí mostrei para o Clément, “olha, que lindo, Giverny, ano passado a gente enrolou enrolou e não foi, precisamos ir”. Ele olhou, “verdade. Vamos amanhã então?”. E pronto, meia hora depois a gente já tinha comprado as passagens de trem e as entradas corta-fila pela internet, e hoje de manhã saímos cedinho para o nosso passeio primaveril.

Monet mudou-se para Giverny em 1883. No início alugava o Clos Normand : a casa e o jardim. Logo começou a melhorar o jardim, acrescentando diferentes flores, plantas, transformando-o a seu gosto. Monet teve a sorte de fazer sucesso ainda vivo – então prosperou, comprou a casa (1890), e comprou um terreno ao lado (1893) onde construiu o jardim aquático (os lagos foram cavados e criados desviando um braço do riozinho que passa ao lado). Nele colocou a ponte japonesa verde, e as ninfeias, inspiração de inúmeros de seus quadros.

A casa e os jardins estão abertos ao público todos os anos de abril a outubro. Cada tipo de planta floresce em uma época diferente – nós por exemplo não vimos as flores das ninfeias (que só aparecem em julho e agosto), mas ainda vimos tulipas (abril e início de maio). As fotos abaixo são para dar um gostinho, o lugar é simplesmente lindo. Passeio recomendado para quem estiver em Paris na época da abertura anual e quiser fazer um passeio diferente.












Fotos: www.fernandanafranca.blogspot.com (by Clément)

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